quarta-feira, 3 de março de 2010

Pequeno Dicionário de Palavras ao Vento / Adriana Falcão/ Fragmentos do livro

Arrependimento é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás;
 
Belo é tudo que faz os olhos pensarem ser coração;
Carnaval , esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada;
 
Desculpas, é uma palavra que pretende ser beijo;
Efêmero é quando o eterno passa logo;
Escuridão é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas;
 
é toda certeza que dispensa provas;
 Gente: carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo;
 História: quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada;
 
Idade, aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira;
 
 Janela, é por onde entra tudo que é lá fora;
 Lá, onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui;
 
Lágrima, sumo que sai pelos olhos quando se espreme um coração;
 
 Loucura, coisa que quem não tem só pode ser completamente louco;
 
Madrugada, quando vivem os sonhos;
 
Noiva, moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro;
Óbvio, não precisa explicar;
  
Pecado, algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou;
 
 Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
 
Rebolar, o que se tem que fazer para chegar lá;
  
Segredo, aquilo que você está louco para contar;
  
  Sexo: quando o beijo é maior do que a boca;
  
Talvez, resposta pior que ¨não¨, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança;
 
 Tanto, um muito que até ficou tonto;
 
 Último, que anuncia o começo de outra coisa;
 
  Único: tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado;
 
 Vazio, um termo injusto com a palavra nada;
Xingamento é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém;
 
 Zíper, fecho que precisa de um bom motivo para ser aberto;

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©2011 '' Modificado por Ingrid C. da Silva
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